sábado, 22 de agosto de 2009

















Parte 2

Platão (427-347 a.C.) é um aristocrata ateniense, descendente pelo paterno de um dos antigo reis de Atenas e pelo materno do famoso estadista Solon.
Conhece Sócrates muito jovem e o companha até sua execução. O desgosto provocado pela morte do seu mestre o faz desistir do exercício de qualquer atividade política em sua cidade natal. Faz varias viagens especialmente pelo o que chamamos hoje sul da Itália, onde vê frustrado o seu propósito de fundar um cidade governada por filósofos (Sofocracia), e funda em 387 a.C. ,uma escola que chama de Academia que ficará em funcionamento por muitos séculos, e seu discípulo mais brilhante será Aristóteles.

Pensamento Filosófico


Ainda muito jovem, Platão conhece Crátilo, seguidor de Heráclito, que o convence de que todos os objetos sensíveis são coisas transitórias, em estado de fluxo contínuo. Sendo assim, poderiam ser somente percebidos e não se poderia afirmar nada de definitivo sobres as coisas. Por outro lado, de Sócrates, herda uma crença inabalável de que o conhecimento real é possível. Há aqui uma evidente contradição: Como pode o homem encontrar verdades seguras em relação ao mundo de seres em permanente transformação?

Para essa aparente contradição, Platão encontra uma saída: O objeto do conhecimento real deve ser invariável e percebido diretamente pelo espírito, não pelos sentidos .

Para Platão existem realidades perfeitas ou verdades supremas, que só podem ser conhecidas pelo espírito, como exemplo: A beleza ideal, o bem absoluto são imutáveis acessíveis só pelo espírito

Platão chama tais realidade de “idéias “.
“As coisas que captamos com olhos físicos são formas físicas, as coisa que captamos com os olhos da alma são, ao contrario, formas não–físicas: o ver da inteligência capta as formas inteligíveis que são exatamente ,’’ESSÊNCIA PURA” .
Porém, as idéias não podem ser encontradas entre as coisa sensíveis, pois não as vemos e nem as tocamos . Elas devem se localizar em algum outro lugar, vetadas aos sentidos. Platão chega à conclusão que existem dois planos diferentes de realidade, um é o plano das idéias (essência puras) e o outro, das coisas sensíveis (essências imperfeitas).

No livro VII da República, Platão descreve com uma alegoria, conhecida como Mito Caverna, a relação que existe entre o plano das idéias e o plano sensível.


Enquanto o mundo das idéias é eterno e perfeito, o mundo terreno é imperfeito ou uma cópia imperfeita do mesmo. Existe também o Demiurgo, um artífice divino, que contempla as formas do mundo das idéias e plasma ou molda a matéria sem forma e produz as coisas do mundo terreno.

Mas, por que o Demiurgo quis gerar o mundo terreno? Ele gerou por amor ao bem, ou, em algumas passagens, Platão diz que foi por capricho. E produziu a melhor cópia possível. Dotou-o de vida e de inteligência. Mas, a inteligência não pode ocorrer desvinculada da alma. O mundo possui uma alma (anima mundi) , alma do mundo.
A alma do mundo une-se ao corpo do mundo. O mundo é pois resultado dessa união.

O mundo terreno, apesar de ter sido gerado da forma mais perfeita possível pelo Demiurgo, é uma cópia que permanece imperfeita, se considerada a perfeição do mundo das idéias.

Todas essas posições, acerca do mundo das idéias e da origem do mundo terreno, só podem ser afirmadas tendo como pressuposto, a possibilidade do o homem conhecer a verdade.

PREEXISTÊNCIA DA ALMA

Os conceitos de Platão sobre imortalidade da alma, como a alma é superior ao corpo e como a inteligência é superior ao sentido, nos parecem fundamentais para entender a filosofia de Santo Agostinho, e é por isto, que nossa investigação começa examinando estes conceitos
Como foi dito anteriormente, Platão, influenciado por Crátilo, alimenta a duvida sobre o alcance do conhecimento humano. Ele vai solucionar por via da metafísica. Diversamente da posição típica da filosofia moderna (principalmente a partir de Descartes, século XVII), em que a questão do conhecimento (gnosiologia) é coloca antes de qualquer afirmação metafísica, em Platão a questão da gnosiologia é resolvida pela metafísica.

O conhecimento só é possível ao homem, porque a sua alma preexiste, isto é, antes de se ligar ao corpo ela habitou o mundo celeste e, agora, ao ver as coisas que o cercam no mundo terreno, se recorda das coisas que lá contemplou. O ato de recordar é designado de reminiscência.

Como podemos fundamentar a tese da preexistência e imortalidade da alma? Nas obras Mênon e Fédon, Platão apresenta dois argumentos a seus favor: Um de caráter teológico e outro filosófico.

O primeiro se baseia na tradição órfico-pitagórica. Segundo a crença dessa Religião dos Mistérios, alma é imortal e renasce muitas vezes até atingir a purificação total. Portanto, ela já viveu e viu tudo: as coisa lá de cima e as coisa daqui de baixo. Tomando essas crenças Platão conclui que conhecer não é outra coisa que recordar.

O segundo, resulta da interpretação filosófica de um exemplo prático e de algumas considerações sobre o conhecimento matemático em geral. .No Mênon, Platão interroga um escravo que jamais tinha estudado geometria, e mostra como este possuia conhecimentos. Deles não tinha consciência, mas, os possuia. Empregando a maiêutica socrática: inicialmente, faz perguntas muito simples, e aos poucos conduz o escravo a responder perguntas cada vez mais difíceis, sem nada ensinar-lhe. O escravo encontra, por si mesmo, a solução de um problema de geometria. Platão conclui, que qualquer pessoa pode extrair de dentro de si conhecimentos que não saber possuir.

Como vimos, Platão aceita firmemente a imortalidade da alma. Ela, a alma, existe antes de se ligar ao corpo e sobrevive à morte do corpo. Em sua trajetória, alma passa por um processo de reencarnação denominado “metempsicose” .

Na República, Platão expõe uma interessante teoria acerca do caminho das almas: Os homens devem viver uma vida de acordo com determinados princípios éticos, quem não o fizer, recebe uma punição. Mas, sendo o número de almas limitado, nenhuma punição poderá ser eterna, pois, poderia acontecer que num determinado momento o mundo terreno ficasse sem alma para habita-lo. Influenciado pela numerologia pitagórica, Platão estabeleceu a duração de punição ou recompensa em mil anos. Após este período, as almas deve reencarnar.

Somente aqueles que cometeram crimes gravíssimos devem permanecer mais de mil anos. Para os pitagóricos, o número 10 é perfeito. Platão multiplica a duração da vida terrena 100, pelo número 10 e obtém um resultado transhistórico.


TIPOS DE ALMAS
Para Platão há três tipos de alma. Em sua obra Timeu, as descreve:
Alma Racional: é de natureza divina, porque é gerada diretamente pelo Demiurgo É imortal, responsável pelo conhecimento, por todas as operações superiores . Por meio dela, o homem se põe em contato com o mundo superior.

Alma irascível: foi criada pelos deuses inferiores, é responsável pelas paixões nobres e generosas. Está intimamente ligada ao corpo e por isso perece com ele.

Alma concupiscível: é responsável pelas tendências grosseiras e paixões inferiores, é também mortal.


A alma racional se situa no cérebro; alma irascível reside no tórax e é separada da alma racional pelo pescoço e transmite as decisões, através das veias; alma concupiscível habita o abdômen, é separada da alma irascível pelo diafragma e comunica-se com alma racional por meio do fígado.
.

CONCEPÇÃO DE HOMEM
Nas obras de Platão, sua preocupação com o homem é comovente e no seu esforço para criar um modo seguro de conhecer, através do humanismo de Sócrates, podemos ver a atitude política de Platão, que quer levar ao homem a possibilidade de conhecer, se libertar da caverna da sua ignorância e buscar a essência das coisas, por aquilo que lhe é mais perfeito a inteligência .Buscar sempre na conversa com o outro(dialogo) um caminho seguro, para chegar a verdade, sua dialética é método para o conhecimento. O corpo objeto a ser superado. O mundo terreno é o intermediário entre o ser e o não ser, pois está sujeito ao devir, isto é, uma perene transformação .
A concepção dualista sobre o homem. gira em torno de uma visão pessimista em relação ao corpo físico, que é visto como uma prisão, e não como relação harmoniosa .

Se o conhecimento é possível, nem sempre ele ocorre . Alma prisioneira do corpo, sofre uma influencia negativa, em quanto este impede o contado direto com as essências das coisas. Platão chama os conhecimentos produzidos pelos sentidos de doxa (opinião). Este conhecimento é superficial e não explica as causas das coisas. A doxa pode ser superada por um tipo de conhecimento que atinge a causa de todas as coisa no mundo terreno. A este conhecimento Platão chama de epistéme (ciência ).

A doxa se dá em dois grau diferentes: crença (pístis ) e imaginação (eikasía).
A epistéme se dá também em dois graus diferentes: ciência (dianóia) e filosofia (noésis).
A maioria dos homem permanece na doxa, os matemáticos atingem a dianóia e só os filósofo chegam a noésis, porque são os únicos que usam a dialética.

DIALÉTICA: para Platão é um processo de ascensão da alma, que aos poucos vai se libertando das influencias das imagem do mundo terreno, fornecidas pelos sentidos, até atingir o Mundo das Idéias.

Santo Agostinho nasceu em 354 a.C. e morreu em 431 a.C., é o primeiro grande filósofo do cristianismo. Mas as coisas não são assim tão simples, porque Santo Agostinho não começou sendo cristão. Nasceu no norte da Africa, em Tagaste . Seu pai era pagão e sua mãe era uma cristã, depois foi canonizada: Santa Monica
Santo Agostinho foi pagão durante muito anos e tinha uma adesão muito entusiasmada à doutrina de Manes, o maniqueísmo. Manes foi uma figura religiosa muito complexa. Viajou por muitos lugares e teve uma vida bastante agitada, recolheu elementos de muitas doutrinas, entre elas o cristianismo e da religião de Zoroastro. O maniqueísmo era de um dualismo insuperável em Deus e as trevas e isto é de uma dramaticidade que emocionou muito Agostinho.
Em 370 é enviado pelo pai para fazer seus estudos de retórica em Cartago. Nesse período escreve vários opúsculos combatendo o cristianismo, a partir de suas convicções maniqueístas.
À medida que avança em seus estudos afasta-se do maniqueísmo, até cair no ceticismo próprio dos acadêmicos.

Em 383, vai para Roma, onde abre um escola de retórica. Mais tarde, nesta cidade, ouve os sermões de Santo Ambrósio e lê as Enéadas de Plotino.

Os sermões o aproximão do cristianismo, enquanto as Enéadas o afastam do ceticismo.
Em 386, recebe o batismo e inicia a sua trajetória como escritor cristão, e escreve “Contra os Acadêmicos”, primeiro de uma numerosa lista de livros de filosofia e teologia.
O que nos chama a atenção, e por isto se faz necessário contar a vida de Santo Agostinho, antes do cristianismo, porque o mundo em que vive Santo Agostinho é um mundo que está em total “desconstrução”.
Portanto, como podemos ver, houve uma revolução não só em Agostinho, mas também no mundo. Agostinho era pagão e viu o mundo pagão cair, viveu a decadência do império romano (a pressão dos bárbaros já ameaçava a destruição de Roma). Foi o último grande homem antigo. Mas, ao mesmo tempo, foi o primeiro grande pensador que anunciava uma nova era, uma nova época. O contexto de Santo Agostinho é absolutamente extraordinário e junto com sua personalidade forte e apaixonada reflete–se em seu pensamento. Era também um escritor muito refinado. Assim, como Platão, a força mística religiosa e o modo poético na forma de escrever nos leva a uma viagem fantástica, sem nunca perder a coerência .
Há um texto de Santo Agostinho muito expressivo: ”tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova“. Ele tinha consciência de: Ter ama tarde à Deus, descobriu–o tarde, converteu-se já sendo homem adulto. Ou seja, é uma atitude de um homem que está saindo de um forma de vida, de um época histórica e entrando em outra.. Essa atitude visceral de suplica é, em Santo Agostinho, fundamental. È ela que faz desvelar a grande descoberta de Santo Agostinho: a intimidade (o homem grego mal conhecia a intimidade; é claro, houve o oráculo de Delfos, que diz, “conhece a ti mesmo”, isso estará em Sócrates, Platão e Aristóteles; sim, mas está longe de ser a intimidade proposta por Agostinho , por que os gregos raramente diziam “eu”; diziam nós.
Como podemos entender está intimidade em Santo Agostinho? Como a alma, porque para ele aquilo que homem tem de mais intimo é a alma. E em última análise, a grande descoberta de Santo Agostinho é alma entendida como espiritual. Espiritual não quer dizer não material; há uma tendência muito freqüente de entender o espiritual como aquilo que não é material; não se trata disso, mas de algo muito mais importante: espiritual é aquela realidade que é capaz de entrar em si mesma, o poder de entrar em si mesmo é que dá condição. Por isto, Santo Agostinho dirá: não fora de ti, entra em ti mesmo, no interior do homem que habita a verdade.

É tudo tão platônico e ao mesmo tempo tão diferente. Porque, ao mesmo tempo que fala do interior do homem, da intimidade do homem, idéia tão distante de Platão, tem uma profunda ligação com a inteligibilidade humana tão característico de Platão. Cada vez mais Santo Agostinho vai buscar a intimidade do homem chegando até sua alma.


A ORIGEM DA ALMA EM SANTO AGOSTiNHO


Agostinho, trata amplamente da questão da origem da alma, abraça livremente a idéia de Platão sobre a imortalidade da alma e a idéia que alma é superior ao corpo .Mas se mostra vacilante, entre criacionismo e o geracionismo . Deus criou as almas, mas como criou?
Aqui, nos parece claro, que Santo Agostinho não consegue se livrar de suas influencias platônicas, pois numa carta, “O ptato Milevi”, confessa não ter uma opinião clara sobre o assunto.
Platão ainda tem uma presença muito forte em todo pensamento de Agostinho. Deste modo ele refere-se aos platonistas: E, com efeito, Platão já havia compreendido que a plenitude da inteligência, no que se refere às verdades últimas, só podia se realizar através de uma revelação divina .
Mas se alma é um elo de ligação entre Santo Agostinho e Platão, também é onde a filosofia cristã de Santo Agostinho irá se tornar original, porque, como todos sabemos, a idéia de reencarnação de Platão é algo absurdo para o cristianismo, daí por diante, Agostinho irá desenvolver uma filosofia original, que terá uma vigência de oito século, este é o período que separa a filosofia de Agostinho da filosofia da Escolástica. Então, podemos concluir que, tanto o pensamento de Platão, como o de Agostinho, ainda hoje são atuais, porque nenhum deles esquece do homem.


As diferenças fundamentais de Platão para Santo Agostinho na Questão da Alma, são as seguintes:


PLATÃO SANTO AGOSTINHO
- A alma preexiste e subsiste ao corpo e - A alma é criada por Deus ou dele gerada.
já esteve encarnada outras vezes. Também é imortal.

- A alma se compõe de três partes: alma - A alma é una. Ela penetra e vivifica todo
concupiscível, alma irascível e alma o corpo, e está inteira em cada uma de suas
racional. partes.

- A relação entre corpo e alma é de - A relação entre corpo e alma é de unidade
violência.O corpo é uma cadeia da alma. e harmonia.

BIBLIOGRAFIA:

Messer, August
“História da Filosofia”
Tradução: Adolfo Casais Monteiro
Lisboa – Editorial Inquérito – 1946 – 822 págs. – il.

Agostinho, Santo
“Contra os Acadêmicos”
Tradução e Prefácio de Vieira de Almeida
Coimbra – Atlântida – 1957 – 135 págs.

Sciacca, Michele Federico
“História da Filosofia – I – Antigüidade e Idade Média” – 2ª edição
Tradução de Luís Washington Vita
São Paulo – Editôra Mestre Jou – 1966 – 257 págs. – il.

Heidegger, Martin
“Introdução à Metafísica”
Apresentação e Tradução de Emmanuel Carneiro Leão
Rio de Janeiro – Tempo Brasileiro – 1966 – 295 págs.

Reale, Giovanni; e, Antiseri, Dario
“História da Filosofia – Antiguidade e Idade Média” – Volume I – 3ª edição
São Paulo – Paulus- 1990 – 693 + (18) págs. – il.

Agostinho, Santo
“A Cidade de Deus” - 3ª edição – 2 vols.
Tradução: Oscar Paes Leme
Petrópolis – Vozes/Federação Agostiniana Brasileira – 1991 – 1º vol. 414 págs.,
2º vol. 589 págs.

Kant, Immanuel
“Crítica da Razão Pura” – 3ª edição
Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão
Introdução e Notas de Alexandre Fradique Morujão
Lisboa – Fundação Calouste Gulbenkian – 1994 – XXVI + 680 págs.

Agostinho, Santo
“A Trindade”
Tradução do original latino e introdução de Agustino Belmente
Revisão e notas complementares de nair de Assis Oliveira
São Paulo – Paulus – 1994 – 726 + (9) págs.

Agostinho, Santo
“Confissões”
Tradução: Maria Luiza Jardim Amarante
Revisão cotejada com o texto latino: Prof. Antonio da Silveira Mendonça
São Paulo – Paulus – 1997 - 450 + (8) págs.

Auroux, Sylvain; e, Weil, Yvonne
“Dicionário de Filosofia – Temas e Autores” – 4ª edição
Tradução de Miguel Serras Pereira
Porto – Edições Asa – 1997 – 460 págs.

Barnes, Jonathan
“Filósofos Pré-Socráticos” – 1ª edição – 2ª tiragem
Tradução Julio Fischer
São Paulo – Martins Fontes – 1997 – 367 págs.


Platão
“Mênon”
Texto estabelecido e anotado por John Burnet
Tradução de Maura Iglésias
Rio de Janeiro – PUC-Rio/Loyola – 2001 – 117 págs.

Ulmann, Reinholdo Aloysio
“Plotino – Um Estudo das Enéadas”
Porto Alegre – Edipucrs – 2002 – 319 págs.

Abbagnano, Nicola
“Dicionário de Filosofia” – 4ª edição – 2ª tiragem
Tradução da 1ª edição brasileira coordenada e revista por Alfredo Bosi
Revisão da tradução e tradução dos novos textos por Ivone Castilho Beneddetti
São Paulo – Martins Fontes – 2003 – XII + 1014 págs.

Platão
“A República”
Tradução Ana Paula Pessoa
São Paulo – Sapienza – 2005 – 403 págs.

Nenhum comentário: